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Sobre vampirismo e cansaço



Tendo o baixista André Satoshi, el maestro, nos violões e o gaitista Ed Junior (The Charts) como destaques, “A tired vampire” fala de um vampiro que, exausto da eternidade, convida a amada imortal para uma tarde de sol, queijos e vinhos. Atender ao convite pode – e irá - custar-lhes a vida. Eles sabem disso. E pretendem ficar juntos para todo o sempre. Mas de um modo distinto: longe da escuridão. Eu emprestei a frase que encerra a narrativa de um belo drama dirigido por Jim Jarmusch, “Only lovers left alive” (2013). Gosto muito do resultado final dessa faixa. Sobre ela, Nathan Leigh, do site americano Afropunk, escreveu: "But closer 'A Tired Vampire' surprises with an earnest acoustic blues number, Carneiro’s voice hitting the bottom of his range to add danger to the song’s seduction. The closing incantation 'only lovers left alive' hovers in the air like a threat, you can cut the ambiguity with a knife". Citações, bastidores e inspirações para as demais letras batucadas por mim em "Since you've been gone" estão na página dos Mickey Junkies no Facebook.

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu