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"Dear Prudence"



As grandes histórias de amor resultam do acaso, do espanto. Mas, para que se desenvolvam sadias e ternas como as orquídeas, é necessário, além de um mínimo de disponibilidade, o exercício da amnésia programática.

Portanto, esqueça, em definitivo, todos aqueles imbecis que passaram pela tua cama. Eu também trago inúmeras cicatrizes e narrativas de guerra, porém, dificulto, e muito, o trabalho dos fantasmas da minha acidentada biografia. Assombração, minha cara, só nos desenhos animados.

E, diante de toda essa sua angustiante hesitação circunspecta, eu me posto aqui em uma versão brasileira do Coringa, de maquiagem cuidadosamente borrada, e pergunto: "Por que tão séria? Why so serious?".

O fato é que eu te amo e se você olhar com bastante atenção vai perceber que não existe mais ninguém neste mundo tão desolador. Somos só nós dois. Entenda, só nós dois.

(Era o que eu dizia na edição mais recente dos Trovadores do Miocárdio, Músicas de Amor Diluídas em Crônicas. Ao fundo, uma versão de “Dear Prudence”, dos Beatles, assinada com louvor pelos The Five Stairsteps.)

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