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Salve 92 Graus



Conheci o JR Ferreira em 1993. Estávamos em Campinas (SP) para a primeira edição do festival Juntatribo. A identificação foi imediata. Durante a nossa conversa, que transitava entre ska jamaicano, pós-punk inglês e o cardápio do almoço, ele disse ser proprietário de um bar em Curitiba (PR), o 92 Graus, e que lançara há pouco, pelo selo Bloody Records, uma série de compactos de bandas locais. Relespública, Boi Mamão e Krápulas eram algumas delas. Me presenteou com os discos e prometeu levar os Mickey Junkies à cidade natal do poeta Paulo Leminski. O que, felizmente, ocorreu meses depois. E em outras diversas vezes. Com os meus parceiros de banda, eu vivi momentos incríveis no palco, nos bastidores e nos arredores do 92 Graus. E sei que outros artistas também. Assim como os frequentadores daquele marco para cultura independente brasileira. Depois de 24 anos de serviços prestados ao mais legitimo espírito do “faça você mesmo”, o espaço corre o sério risco de fechar as portas. Isso não pode acontecer, né? Há uma campanha de financiamento coletivo em curso. Salvar o 92 Graus é o lance. Saiba mais aqui

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu