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Sobre amizade e sonhos desconhecidos


Esta imagem é repleta de significados. Estamos eu e o multi-instrumentista Brian Jackson, diretor musical de Gil Scott-Heron (1949 -2011) em um de seus momentos de especial brilhantismo artístico, a década de 1970. Lembro que no início dos anos 1990 eu e meu querido amigo Rodrigo Brandão soubemos da existência do trabalho de Scott-Heron, mais precisamente uma tal compilação chamada “The Revolution Will Not Be Televised” (1990) – CD de capa azulada que reunia as faixas dos álbuns “Pieces Of A Man” (1971) e “The Revolution Will Not Be Televised” (1974) –, pela revista Bizz, em texto assinado pelo saudoso Celso Pucci, o Minho K. O Brandão conseguiu o registro uma semana após a leitura e me gravou uma fita cassete. Nossa concepção musical mudou radicalmente a partir daquelas audições. Cultuamos à vera o que foi feito pelo duo, conjuntamente ou solo. Numa viagem pelos EUA, o Brandão chegou a encontrar Scott-Heron. De minha parte, escrevi artigos (como esse aqui para "Folha de S. Paulo", quando do lançamento do livro “Abutre”, em 2002), toquei as canções em discotecagens bissextas e falei o que pude sobre a nossa devoção. Na semana passada, em meio ao Nublu Jazz Festival, no Sesc Pompeia, tive a oportunidade de assistir ao Zulumbi, capitaneado por Lucio Maia, da Nação Zumbi, PG, do Elo Da Corrente, e o Brandão, ladeado por integrantes do Hurtmold, dividindo holofotes com o Jackson. Show incrível. Antes da apresentação, entrevistei os músicos para um programa especial do SescTV – mais um deleite profissional junto à Fuego Digital. Durante a conversa - e em outros diversos momentos daqueles dias -, um filme amalucado passou pelas cabeças de vento que eu e o Brandão trazemos encaixadas no alto do pescoço. Realizava-se ali um sonho que nós nem sabíamos que tínhamos. Enfim, senhoras e senhores, a vida é bem loka. Foto: Rodrigo Brandão

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