(Cruz e Souza) Nas largas mutações perpétuas do universo O amor é sempre o vinho enérgico, irritante... Um lago de luar nervoso e palpitante... Um sol dentro de tudo altivamente imerso. Não há para o amor ridículos preâmbulos, Nem mesmo as convenções as mais superiores; E vamos pela vida assim como os noctâmbulos à fresca exalação salúbrica das flores... E somos uns completos, célebres artistas Na obra racional do amor -- na heroicidade, Com essa intrepidez dos sábios transformistas. Cumprimos uma lei que a seiva nos dirige E amamos com vigor e com vitalidade, A cor, os tons, a luz que a natureza exige!... Encarnação (Cruz e Souza) Carnais, sejam carnais tantos desejos, carnais, sejam carnais tantos anseios, palpitações e frêmitos e enleios, das harpas da emoção tantos arpejos... Sonhos, que vão, por trêmulos adejos, à noite, ao luar, intumescer os seios láteos, de finos e azulados veios de virgindade, de pudor, de pejos... Sejam carnais todos os sonhos brumos de estranhos, vagos, estr...