Faço 49 anos em setembro. Quando cheguei à casa das quatro décadas de existência, passei a alardear que, com a maturidade, tornara-me eu um otimista. Tudo jogo de cena. O que ocorre é um otimismo ressabiado fruto de intensa negociação comigo mesmo. Porém a afirmação funcionou em entrevistas e postagens aqui e acolá. Além de, claro, divertir gente do meu círculo mais íntimo: a proximidade evita a compra de súbitas mudanças de perspectiva. Todavia nem nos meus prognósticos mais apocalípticos havia a realidade tétrica experimentada atualmente. Desde o início da pandemia, a inércia do governo federal aniquilou 504.717 vidas. O Brasil é o pior dos mundos em tal contexto. E em outros tantos. Basta acompanhar o noticiário. Aliviado pela primeira dose da vacina contra a covid-19 tomada no fim da manhã desta terça-feira, 22, não pude deixar o desalento e a revolta de lado. Segundos após a picada no ombro – mais precisamente na sola do pé de um Homem-Aranha tatuado -, a vacinadora deu algum...
Samplers literários, produções próprias, citações de terceiros e quartos, autopromoção desavergonhada, convites irrecusáveis, beijos roubados, blablablás, terrorismo esporte fino e outros delírios num blog de Rodrigo Carneiro, seu criado