"Não pego lápis nem papel. Escuto, e uma hora a letra começa a vir ... Um dia, voltando da casa do Mello (Menezes), tô num táxi e veio: 'Sentindo frio em minha alma, te convidei pra dançar'. Aí abre bolsa e não tem papel, não tem lápis, entrei correndo no cafofo da Maracanã (onde morava na época), anotei aquilo tudo, fui desesperado ouvir e tava em cima, do começo à ultima palavra. Dei aquela respirada. Comecei a escrever do primeiro verso e fui até o fim direto. Houve também um momento em que João (Bosco) mostrou uma música, e eu falei: 'que bom, tenho uma letra aqui'. Fica meio místico, mas o João Máximo tá aqui pra testemunhar que sou rigorosamente ateu, cético, cinico e escroto, nessa ordem. Mas a música e a letra se encaixaram ('Ou bola, ou búlica', gravada pelo Tamba Trio)", disse Aldir Blanc (1946 - 2020) ao jornal "O Globo", em 2016. A canção a qual ele se referia é “Dois pra lá, dois pra cá”, gravada por Elis Regina, em 1974.