O hip-hop tem quatro décadas de existência. E, ao congregar oralidade, técnicas distintas de dança, modos - àquela altura - inéditos de produção e execução musicais, arte urbana e os anseios de negros e latinos na Nova York dos anos 1970, é uma das expressões da cultura jovem mais instigantes do século 20. A versão brasileira dessa linguagem deve muitíssimo a Nelson Triunfo. Natural do município pernambucano do qual empresta o sobrenome artístico, radicado em São Paulo, o autointitulado híbrido de Luiz Gonzaga e James Brown já desfilava a icônica cabeleira pelos chamados bailes black setentistas. No vai e vem das pistas, o dançarino, MC e ativista social criou os grupos Black Soul Brothers e, posteriormente, Funk & Cia, um dos mais notórios do Brasil. A transição do funk soul para o que se tornaria o hip-hop tropical acontece exatamente nos passos coreografados de Triunfo e sua turma. Nos estertores do regime militar – que prestou inúmeros desserviços ao país -, a Funk & Ci...