Conheci o JR Ferreira em 1993. Estávamos em Campinas (SP) para a primeira edição do festival Juntatribo. A identificação foi imediata. Durante a nossa conversa, que transitava entre ska jamaicano, pós-punk inglês e o cardápio do almoço, ele disse ser proprietário de um bar em Curitiba (PR), o 92 Graus, e que lançara há pouco, pelo selo Bloody Records, uma série de compactos de bandas locais. Relespública, Boi Mamão e Krápulas eram algumas delas. Me presenteou com os discos e prometeu levar os Mickey Junkies à cidade natal do poeta Paulo Leminski. O que, felizmente, ocorreu meses depois. E em outras diversas vezes. Com os meus parceiros de banda, eu vivi momentos incríveis no palco, nos bastidores e nos arredores do 92 Graus. E sei que outros artistas também. Assim como os frequentadores daquele marco para cultura independente brasileira. Depois de 24 anos de serviços prestados ao mais legitimo espírito do “faça você mesmo”, o espaço corre o sério risco de fechar as portas. Isso não pod...