"Parece natural e talvez mais adequado à maturidade se encostar num certo spleen: já ouvi tudo, já pensei tudo, nada mais há de novo, no meu tempo era melhor etc. É quase como admitir como inevitável fazer uma guinada conservadora politicamente na idade adulta, como se o ímpeto contestador e subversivo fosse exclusividade dos mais jovens.
Bobagem.
Se há alguma coisa que o mundo moderno nos garantiu, para o bem e para o mal, é possibilidade de desviar dessas armadilhas. Podemos pensar ao contrário: depois de percorrida a metade do caminho da nossa vida, temos o privilégio de ter uma perspectiva histórica que não temos aos 20 anos. Podemos ser mais generosos, podemos rever nossos preconceitos, podemos ser menos dependentes da grande narrativa que vai dar sentido à vida e aproveitar as pequenas que nos dão alegria e beleza.
E, se a gente não se entrega à rabujice e ao desencanto, é capaz de voltar a escutar novos sentidos. Continuar gostando de e prestando atenção em música e, mais, querendo pensar sobre isso é uma forma de resistência. A que? A tudo que emburrece, a tudo que enfeia e que nos faz conformistas. O que cabe aí nesses vários tudos muda, no sentido histórico amplo e também no da sua história pessoal."
(Bia Abramo, em sua estreia como colunista no Farofafá)
Bobagem.
Se há alguma coisa que o mundo moderno nos garantiu, para o bem e para o mal, é possibilidade de desviar dessas armadilhas. Podemos pensar ao contrário: depois de percorrida a metade do caminho da nossa vida, temos o privilégio de ter uma perspectiva histórica que não temos aos 20 anos. Podemos ser mais generosos, podemos rever nossos preconceitos, podemos ser menos dependentes da grande narrativa que vai dar sentido à vida e aproveitar as pequenas que nos dão alegria e beleza.
E, se a gente não se entrega à rabujice e ao desencanto, é capaz de voltar a escutar novos sentidos. Continuar gostando de e prestando atenção em música e, mais, querendo pensar sobre isso é uma forma de resistência. A que? A tudo que emburrece, a tudo que enfeia e que nos faz conformistas. O que cabe aí nesses vários tudos muda, no sentido histórico amplo e também no da sua história pessoal."
(Bia Abramo, em sua estreia como colunista no Farofafá)
Comentários
Acho a geração atual de escribas (fora as excessões de praxe) muito chata, muito pão-com-ovo, falam de música e de artistas com um linguajar muito próximo dos analistas de mercado ou operadores da Bolsa de Valores - quem vai "estourar", em quem se deve "apostar" para o ano tal, quem-apadrinha-quem,quem tem chance de "subir", quem "desceu"...é meio triste e frustrante, principalmente praalguém que, como eu, gosta de ler sobre música e cultura pop. Anyway...Um brinde à filha do Seu Perseu!